domingo, 28 de junho de 2015

Guia de iscas para a pesca do xaréu no Nordeste

    

      O litoral do Nordeste brasileiro oferece ao longo dos seus 3000 km de extensão, além de belas e agradáveis paisagens, uma variedade infinita de especies predadoras que podem ser capturadas pelos praticantes da pesca de pincho. Uma dessas especies é alvo de muito procura por causa da grande voracidade e esportividade sendo sempre garantia de muita ação e desafio quando se encontra no outro lado da linha, se trata do xaréu amarelo (caranx hippos) um verdadeiro trator submarino. Como toda especie ela possui hábitos próprios então devemos ter isso em mente para montar o nosso arsenal de iscas da melhor maneira. Então, que iscas devemos ter em mãos? 

    Primeiramente temos que nos atentar a especie que desejamos capturar. O xaréu amarelo pertence a família Carangidae, genêro Caranx. É bastante voraz, alimenta-se principalmente de peixes menores, que muitas vezes persegue até praias ou contra costões. É um predador visual, ataca em decorrência da movimentação ou perturbação na água. Portanto iscas que produzem muita vibração sendo trabalhadas continuamente são as preferíveis. Outro ponto a ser observado são as espécies mais comumente predadas por este peixe. Sardinhas e saúnas (tainhas jovens) figuram como as preferidas no cardápio deste formidável peixe. 




Características gerais das iscas: 

       O xaréu é muito voraz (leia-se guloso) então não tenha medo de usar iscas maiores que meçam no mínimo 10 cm e no máximo 15 cm, eles não relutarão em ataca-las. Cores mais claras como o branco (vulgo cor de osso) e chamativas como as cítricas (amarelo, laranja...) são mais produtivas, apesar de não serem o principal fator para o ataque. Iscas prateadas ou que procurem imitar o padrão de cor de pequenos peixes também são ótimas de ser ter em mãos naqueles dias em que os peixes não estiverem atacando. O peso realmente vai depender do casting da sua vara, distância necessária para se arremessar, local de pesca (praia, costão...) e condição e direção dos ventos, mas aqui no Nordeste utilizamos iscas mais pesadas, de no mínimo 30 g e máximo 80 g. Arremessa-se o mais longe possível e vem se trabalhando a isca, seja surfando nas ondas (de superfície) ou mais lentamente aproveitando as profundidades (demais tipos). 


Tipos básicos de iscas:


Iscas de superfície

    Preferidas pelos pescadores por permitirem uma pesca mais visual e ataques cinematográficos na superfície da água. Normalmente são trabalhadas sendo recolhidas rapidamente com toques curtos, contínuos e vigorosos de ponta de vara. Existem 5 tipos mais utilizados divididos em flutuantes e não flutuantes


Flutuantes: se mantém flutuando quando inativas e o trabalho se dá na superfície da água.


Poppers


   Talvez as iscas mais conhecidas, são normalmente rombudas e possuem a característica "boca" pela qual espalham bastante água a cada toque de vara, deixando um rastro de bolhas. Recolhimento mais lento com toques firmes de vara longos ou curtos para cima, para baixo ou para os lados. 

Tamanho: 11 cm a 14 cm.
Peso: 40 g a 60 g. 
Arremessabilidade: Bom.


Zara


   Possuem um formato mais perciforme e executam um trabalho de zigue-zague. Parabalho se executa com toques rápidos de ponta de vara e recolhimento mais acelerado. São muito atrativas e a visão dos xaréus as perseguindo é emocionante.

Tamanho: 11 cm a 14 cm.
Peso: 30 g a 60 g. 
Arremessabilidade: Médio.



Pencil Popper


    Iscas longas, delgadas e com a frente normalmente chanfrada. São muito versáteis e arremessam muito bem. Seu trabalho pode ser efetuado com toques com a ponta de vara para cima ou para baixo, com um ritmo moderado de recolhimento. Trabalham também em zigue-zague mas espalham bastante água, um misto de popper e zaras. 

Tamanho: 12 cm a 15 cm.
Peso: 40 g a 80 g. 
Arremessabilidade: Muito bom.



Stick


      São bem semelhantes as zaras porém diferenciam-se no ação, por possuírem o peso concentrado na parte de trás ficam na vertical quando paradas na água. Seu trabalho deve ser feito com recolhimento moderado e toques curtos e vigorosos de ponta de vara, com isso elas mergulham, espalhando bastante água e nadam na sub-superfície quando recolhidas.

Tamanho: 11 cm a 14 cm.
Peso: 30 g a 50 g. 
Arremessabilidade: Médio.




Não-flutuantes: iscas que são destinadas a trabalhar na superfície mas não flutuam, ou seja, afundam quando inativas. 

Skipping lures


     São iscas simples mas bastante eficientes, seu trabalho na superfície é bem errático e saltitante (daí o nome), muito utilizadas nos EUA e México para pesca de roosterfish. Também são as melhores para longos arremessos, pois as pequenas dimensões e o peso elevados as fazem cortar o ar com mais facilidade do que as demais. 

Tamanho: 10 cm a 13 cm.
Peso: 50 g a 80 g. 
Arremessabilidade: Excelente.



Meia-água


      São iscas que flutuam e possuem uma barbela na parte frontal, ao serem recolhidas afundam e fazem um trabalho bastante atrativo similar ao nado de um pequeno peixe em fuga. Podem descer apenas alguns centímetros ou afundar metros, tudo dependendo do tamanho da barbela e a velocidade que são recolhidas. 


Tamanho: 11 cm a 14 cm.
Peso: 30 g a 50 g. 
Arremessabilidade: regular.






Sinking


     Iscas que afundam quando o trabalho cessa, podem ser trabalhadas em toda coluna d'água dependendo da velocidade de recolhimento. São iscas coringas. 


Tamanho: 12 cm a 15 cm.
Peso: 40 g a 70 g. 
Arremessabilidade: médio.




Metal Lures



      São iscas metálicas, muito semelhantes aos Jumping Jigs, porém seu trabalho se dá por toda a coluna d'água, preferencialmente da meia-água a superfície. São as campeãs em arremesso, a relação peso x dimensão permite que cortem o ar muito facilmente pois arrasto exercido é muito baixo



Tamanho: 11 cm a 14 cm.
Peso: 40 g a 80 g. 
Arremessabilidade: Excepcional.






 Marcas



     Atualmente temos muitas marcas disponíveis no mercado. Borboleta, Marine Sports, Aicás, Zagaia assim como Daiwa, Shimano, Yo-Zuri, Bomber, Cotton Cordell e tantas outras marcas estrageiras ou locais  nos fornecem boas iscas em seus mais variados tipos, cores, tamanhos e preços, cabe a você identificar a que mais supre suas necessidades. Nem todas as iscas fabricadas em escala industrial já vem com o peso adequado, necessitando customiza-las ou como chamamos aqui no Nordeste "turbina-las", isso se faz inserindo esferas de chumbo na parte traseira da isca até que se alcance o peso desejado. 


       
    Pessoalmente prefiro iscas artesanais, já vem no tamanho, cor e peso que gosto, assim como são adaptadas ao meu modo de pescar. As que mais gosto de usar e me foram mais produtivas são a Pencil Popper Sufista e a Sinking Saúna do luremaker potiguar Carlos Lures. Excelentes iscas e muito resistentes, poucas durariam tantas temporadas. 





      Bom, isso é tudo, espero ter colocado tudo aqui (rsrs). Procurem saber o máximo das características específicas da pescaria que pratica e os equipamentos que tem a disposição, tente com base nisso escolher os melhores brinquedos para compor seu arsenal. Grande abraço a todos e muitas fisgadas para vocês!!!











terça-feira, 2 de junho de 2015

Review: Molinete Marine Sports SS 4000

Por: Pedro Afonso.


    O molinete em questão é um produto OEM (Original Equipment Manufacturer) importado pela empresa Marine Sports que há muito tempo disponibiliza equipamentos de pesca no mercado brasileiro, sempre direcionados ao publico popular. 
    Acompanhando a evolução do mercado e da própria pesca a Marine Sports direciona esse molinete a aqueles pescadores praticantes da pesca vertical ou de arremesso que buscavam um produto confiável porém não muito caro, o tão falado custo x benefício. 

Seguem os dados do molinete anunciados pela marca:

Relação de recolhimento: 4.9:1

6 rolamentos de esferas + 1 rolamento de roletes
Freio com regulagem ponto a ponto
Manivela com infinito anti-reverso
Sistema balanceado
Corpo em alumínio
Rotor em grafite.
Carretel de alumínio
Manivela de alumínio com punho super-reforçado
Super freio: 3 arruelas de aço inox + 3 arruelas de carbono com teflon.
Drag máximo: 10kG
Cap. de linha: mm-m:  4000: 0.40–190 / 0.50–120    

     Analisando esses dados, a priori, podemos dizer que é um molinete de tamanho médio, a relação de recolhimento fica na média tanto para o pincho quanto para jigging, possui uma boa capacidade de linha, quantidade de rolamentos suficiente e drag forte. Vamos conferir na pratica. 

Algumas fotos do equipamento:







      Pessoalmente considero o molinete muito bonito, a composição de cores ficou muito legal dando um ar bem sóbrio. Lembrando que isso é apenas uma opinião pessoal e não influência em nada no desempenho do equipamento.

      O fabricante não anuncia o peso mas esse é de 560 gramas (sem linha) o que é muito bom para o tamanho do molinete. O carretel comportou 275 m de multifilamento 0,29 mm Sufix 832 mas como ocorriam cabeleiras com frequência uma pequena quantidade de linha foi retirado ficando com aproximadamente 250 m onde os nós cessaram. 

     Outra coisa que observei logo de cara foi o grande vazado no "pé" do molinete, certamente para reduzir o peso e dar algum tom estético arrojado (?) mas pessoalmente não gostei pois isso enfraquece o corpo do molinete deixando mais sensível a esforços maiores. Casos de quebras dessa parte em molinetes acontecem sempre decorrentes desse tipo de construção. 


  Um zoom no carretel:


       Ele distribui a linha muito bem e possui o nome desenhado de forma bem bonita. Tenho que ressaltar que o SS 4000 arremessa bem longe, fruto dessa distribuição de linha uniforme e do formato cônico do lábio do carretel, não se sente muito atrito durante a liberação da linha. 

O botão de regulagem da fricção:

     O botão possui um selo (circulo vermelho) que completa a primeira parte do sistema de vedação frontal do carretel. Manuseá-lo não é muito simples principalmente para quem possui mãos grandes ou se estiverem molhadas, escorrega dos dedos com facilidade.  




Desmontado a peça:



     As partes: 1- Capa do botão que possui os dentes do clicker. 2- Mola helicoidal. 3- Porca do eixo. 4- Anel retentor. 5- disco de compressão onde fica o clicker. O sistema é bem simples e funciona muito bem. 


      A capa do botão possui os dentes que produzem o barulho típico quando entram em contato com o clicker marcando ponto a ponto a regulagem da fricção. Não ocorreu desgaste desses dentes mesmo após o botão ser muito manuseado. 

Indo para o drag:



     O disco superior que segura todo o conjunto dos demais discos possui um rolamento central blindado (seta amarela) e seu encaixe onde o selo do botão de regulagem se encaixa. O intuito da adesão de rolamentos nessa parte vem sob a alegação de fornecer uma saída de linha mais suave, ainda que seja mais um toque estético do que funcional. 

Os discos que compõem o sistema de fricção:


    O conjunto é composto por 3 discos de carbono + teflon e 3 discos de aço inox fora o grande disco superior. Os discos vem muito bem lubrificadas de fabrica. A principio o molinete libera a linha de forma macia e constante mas conforme vai se aumentando a pressão a liberação de linha se torna mais ríspida, principalmente quando próximo do limite máximo de pressão exercida pelos discos. Seria melhor ao invés destes discos rígidos de carbono + teflon terem utilizado o carbontex (tecido de carbono). 



    O grande disco superior que retém o conjunto possui um anel de borracha (seta amarela) ao seu redor completando a vedação frontal do drag. Mesmo possuindo um duplo sistema de vedação frontal a água foi capaz de adentrar e permanecer nos superiores, isto indica uma folga entre o selo e o seu encaixe. 



     O clicker do carretel é interno e se localiza logo abaixo do conjunto de discos da fricção. O projeto é simples composto por um arame dobrado e dentes que são feitos no próprio carretel, o contato entre essas partes quando o carretel gira produz o barulho típico da liberação de linha. Não ouve diminuição do barulho apesar de não ser tão audível. 

A base do carretel:


     O eixo ( Linhas azuis) e o suporte do carretel que consiste de um rolamento (seta vermelha) colocado aqui com a premissa de aumentar a fluidez na liberação de linha e discos plásticos (seta amarela) para evitar sentar a base do carretel diretamente em metal e permitir alguma vedação. A vedação não se mostrou muito eficiente já que a água encontrou caminho para os discos tanto por cima quanto por baixo mas o protegeu bem de partículas sólidas como a areia. 



     Tenho que salientar que a configuração do suporte do carretel é muito muito boa por ser simples é bem flexível e permite a retirada e adesão de calços para ajustar altura do carretel e com isso modificar a distribuição de linha quando conveniente.



     O rolamento e os calços plásticos: O rolamento é do tipo aberto e apesar dos calços terem barrado a entrada de partículas sólidas não protegem contra a água. O ideal é que no mínimo fosse blindado para uma melhor proteção ou selado para diminuir a necessidade de manutenção constante. Os calços servem para proteger contra a entrada de partículas sólidas e sua remoção ou adesão permite regular a distribuição de linha.

  O eixo:


    Possui uma grande espessura e é muito robusto, não há problemas com essa parte. O hub do carretel é de bronze/latão e é fixado permanentemente ao eixo. É necessário abrir totalmente o molinete e remover o eixo para que o rotor saia . 

Desmontando o corpo:



      Removendo a porca que fixa o rotor no pinhão podemos retirar o rotor. Ele é feito de grafite o que não é uma coisa ruim considerando o drag máximo e a modalidade em que foi utilizada bem como o tamanho do peixes capturados. Sua leveza contribui para o peso reduzido do molinete e o material utilizado em sua construção não sofre corrosão. 



      A manivela é rosqueada diretamente na coroa. Trata-se de um método de fixação superior que aumenta a eficiência na transmissão de força para o recolhimento além de proporcionar um encaixe mais firme e livre folgas, mais forte e mais durável. 

A manivela:


     É muito forte e bem acabada, não apresentou folga ou algo do tipo. A manopla é bem grande e feita de um material que se firma bem na mão, mesmo molhada não escorrega dos dedos. O escudo com o nome da marca pode ser retirado removendo os dois parafusos mas a pegada não sai pois é fixada permanentemente na manivela. Não é bem um problema visto o preço do equipamento mas seria melhor que fosse possível remover a manopla para a devida limpeza e lubrificação. 

Detalhe do parafuso de fixação:


   Sistema mais eficiente, forte e durável do que o eixo de fixação sextavado que é propenso a apresentar folga no decorrer do tempo e uso contínuo além de ser mais fraco e sujeito a quebra mais facilmente. 


Um detalhe interessante do encaixe:

     O parafuso possui uma parte mais grossa (5) que se fixa no lado esquerdo girando no sentido horário e uma mais fina (4) que se fixa no lado direito girando no sentido anti-horário. 



Sendo a parte fina que se fixa no lado direito do molinete:


E a parte grossa do parafuso no lado esquerdo do molinete:



Abrindo a carcaça:


   Removendo os parafusos da tampa lateral. Ela é feita de alumínio. Isso é um ponto positivo já que molinetes bem mais caros possuem esta parte feita de grafite.  



    Rolamento lateral. Serve de apoio para a coroa permitindo que gire livre de atrito. Se encaixa bem no lugar.


O mecanismo interno:


Removendo a tampa lateral temos acesso ao coração do molinete. Muito metal cinza aqui. 
  


    O mecanismo é bem simples e não há nenhuma novidade. O sistema de oscilação de trilho básico é composto pelo bloco transversal (X), engrenagem de oscilação (X) e o carril que consiste em um bloco de metal aparafusado no corpo (X) que serve para guiar o movimento do bloco mantendo estabilizado e eliminando qualquer folga. Típico de um equipamento de baixo custo, já que os mais caros possuem uma precisão na fabricação que elimina essa necessidade. Design simples e que a vários anos se mostra funcional. Uma coisa que observei é que o equipamento já vem devidamente lubrificado e pronto para ser utilizado, essa atenção é muito incomum e não havia visto anteriormente em produtos nessa faixa de preço. 


    Removendo os componentes móveis podemos visualizar melhor o interior do corpo: os encaixes. Existem dois parafusos (círculos vermelhos) ao redor do rolamento da coroa, eles também existem ao redor do mesmo rolamento na tampa lateral e seguram o escudo dourado que fica ao redor do encaixe da manivela. 



   Detalhe do conjunto de oscilação, moldado em liga de zinco/alumínio (zamac?). Funcionaram bem e possuem boa durabilidade. 

A coroa:



    Construída em liga de zinco/alumínio fundida com o eixo de aço inox, já vem devidamente lubrificada como já mencionado. 



      Ela teve uma boa taxa de desgaste para o tipo de esforço que foi exposta, mas não é nada excepcional. Ligas de zinco/alumínio fundidas não representam o que há de melhor para a fabricação desse tipo de peça. A leveza e baixo custo são seus louros. 

Para o anti-reverso:



    |O conjunto do anti-reverso é seguramente preso em seu recesso por um ring que é fixado por 5 parafusos sendo uma parte muito bem colocada e bem feita.

Removendo o ring:


Temos acesso ao rolamento central. De bom tamanho. 



   Dando um zoom no o-ring que retém o sistema de anti-reverso. Peça muito bem construída como já comentado. 



   Uma olhada na posição do anti-reverso. A peça se encaixa muito bem aí. 



    As peças em posição de funcionamento. Por fora e da esquerda para direita: Rolamento central, anti-reverso e manga. No centro o pinhão. 


Detalhe do pinhão:


      Feito em latão não ocorreu muito desgaste nele e é bem mais durável do que a coroa. A engrenagem principal deveria ter construção semelhante para ser mais durável. A mancha negra que se encontra na base do pinhão nada mais é do que partículas plásticas misturadas a graxa decorrentes do atrito com a bucha sintética em que o pinhão se senta. Não é bem um problema mas não é feito para uma durabilidade excepcional. Um projeto superior exigiria um rolamento aqui. 



Uma olhada no rolamento central.


      Percebe-se algumas manchas ao redor da capa do rolamento, fruto talvez do contato com água do mar. O molinete não é totalmente selado portanto a entrada de água salina se dá sem problemas necessitando de manutenção periódica e completa.
     

Uma olhada no anti-reverso:

     O mesmo projeto comum de roletes de aço inox e molas plásticas em V moldadas no próprio interior do rolamento, uma manga interna que envolve o pinhão e um disco metálico. 


     Tenho que que deixar um elogio a essa parte pois o SS 4000 quando novo possui muita pouca folga no rotor e com o uso contínuo mesmo por vários meses não houve variação. A peça executa muito bem mas desenvolveu um barulho semelhante a um rangido. Após ser limpo e levemente lubrificado voltou ao normal. 

Mecanismo de arme-e-desarme da alça:




   Sistema simples onde uma mola de tração (X) segura a haste do braço quando dobrado e um cão (linha azul) de desarme que a fecha quando bate em uma das várias destravas internas do rotor. O sistema segura bem a alça durante o arremesso mas eu recomendaria retirar o cão de desarme para se evitar qualquer inconveniente. 

 O rolete:



   Também uma peça simples onde se buscou a economia de recursos. Só existe um porém:



     Em vez de possuir um rolamento no centro há uma bucha de plástico no local. O rolete é a peça que mais gira em um molinete e ter aqui um rolamento é essencial para o funcionamento adequado dessa parte. Atestou-se que vez ou outra o rolete parava de girar sendo necessário a limpeza  constante  dessa peça para o funcionamento correto. Se o rolete parar de girar isso forçara atrito desnecessário na linha que poderá corroê-la e por fim leva-la a desfiar e se partir. Claro que é possível a substituição da bucha por um rolamento mas seria muito bem visto se já viesse com um e o preço não aumentaria exorbitantemente.  

Conclusão:

      O molinete é muito bom para o preço que custa, seu o valor de venda no varejo era em torno de R$ 240. Possui muitas qualidades: arremessa muito bem, a manivela é rosqueada diretamente na coroa, pegada muito firme e que não escorrega, anti-reverso que não apresentou folga mesmo sob uso contante. Claro que sofre de deficiências como o uso de uma bucha sintética ao invés de um rolamento no rolete, coroa construída em liga de zinco/alumínio, a falha óbvia na usinagem na rosca da coroa onde se parafusa a manivela e o chassi vazado. Coisas que obviamente foram feitas propositalmente dessa forma para reduzir os custos de fabricação e manter o preço do produto dentro da proposta do produto (custo x beneficio) Ao meu ver os prós superam os contras e o SS 4000 se tratava de uma excelente opção disponível nessa categoria, pena que saiu do mercado.

Abraço a todos que tiveram a paciência de ler :ok: